Blog da Marlizinha

domingo, 3 de julho de 2011

Quem foi Machado de Assis

Quem foi Machado de Assis?

"Machado de Assis". Claro que você já ouviu esse nome ou o viu escrito em algum lugar! Pois é o nome de muitas escolas, bibliotecas e teatros brasileiros. Mas você sabe quem foi essa pessoa ou conhece a história desse ilustre personagem? Sabe dizer que profissão ele teve? Coçou a cabeça? Relaxa! Para quem não sabe, a Turma do Plenarinho vai dar uma chance. Vamos ao teste!

Assinale a opção que achar correta:

Machado de Assis foi:
(a) jornalista;
(b) revisor de textos;
(c) funcionário público;
(d) escritor de contos e romances;
(e) autor de poemas, crônicas e peças de teatro;
(f) todas as opções estão corretas.

E aí, já tem a resposta? Acertou quem escolheu a letra "f". Isso mesmo. Machado de Assis é considerado um dos maiores escritores brasileiros (senão o maior); mas ainda muito jovem, precisou passar por outras profissões, trabalhando inclusive como aprendiz de tipógrafo (na impressão de livros e jornais em gráficas) e como vendedor de doces.

Se Machado de Assis ainda estivesse vivo, neste ano, estaria completando 167 anos. Se você fizer as contas rapidinho, vai descobrir que ele nasceu no ano de 1839, em 21 de junho. Aproveitamos a data do seu nascimento para homenagear o escritor e apresentar a vocês um pouco da história desse menino pobre que se tornou um gênio da literatura nacional. É bacana conhecer a história de pessoas que foram e ainda são importantes para o nosso País e para a nossa cultura, concorda? Então, aproveite

Infância pobre

Menino vendendo docesJoaquim Maria Machado de Assis era um menino pobre, neto de escravos, filho de um pintor de paredes e de uma lavadeira portuguesa. Passou a infância num sítio onde sua família trabalhava, na cidade de Ladeira Nova do Livramento, no Rio de Janeiro. Uma pessoa que muito ajudou Joaquim foi sua madrinha Dona Maria José de Mendonça Barroso, viúva do brigadeiro e senador do Império Bento Barroso Pereira, dona da fazenda.

Quando criança, Joaquim teve uma saúde muito frágil. Possuía uma doença chamada epilepsia, que afetava seus movimentos, e também era ga-ga-gago. Divertia-se empinando pipas, caçando lagartixas e ninhos de passarinho. Gostava também de observar as pessoas, ver o que elas faziam, como se comportavam e o que diziam. Assim era ele, curioso que só. Nessa época, ainda pequeno, perdeu sua única irmã e também sua mãe.

Naquela época, quando ainda havia escravidão no País, as pessoas mestiças, que tinham uma cor misturada entre o negro e o branco, sofriam muitos preconceitos. Machado de Assis, por ser neto de escravos, era mulato, e também muito discriminado. E por ser pobre, não tinha condições de estudar em cursos regulares, pois precisava trabalhar para ajudar o pai e a madrasta a sustentarem a casa.

Embora não tenha estudado durante muito tempo, adorava aprender. Em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria; lá, o forneiro (encarregado das fornadas de pães) deu as primeiras lições de Francês ao menino.

Aos 14 anos, resolveu que já era hora de enfrentar a vida. Passou a ajudar a madrasta a vender doces. Trabalhou também como caixeiro de livraria (entregava livros nas casas), tipógrafo e revisor.

Havia muita coisa que ele queria aprender. E mesmo sobre as coisas que ele já tinha aprendido, sempre queria saber mais. Queria estudar diferentes línguas, conhecer toda a história, todos os países, ler livros de grandes escritores... Essas coisas, ninguém lhe ensinava, ele estudava e aprendia sozinho mesmo (era autodidata). Nas horas vagas, estava sempre mergulhado na leitura. Na biblioteca Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, pegava muitos livros emprestados e não só os lia, mas também tinha o cuidado de anotar os trechos que lhe traziam ensinamentos. Por esse motivo, desde muito jovem, tornou-se um dos maiores intelectuais do País. Aos 16 anos, publicou seu primeiro poema, "Ela", na revista Marmota Fluminense. E, a partir daí, tornou-se jornalista e cronista.

Naquela época, a profissão de escritor não dava dinheiro suficiente para pagar as contas; por isso, Machado de Assis entrou para o serviço público. Com o tempo, as coisas foram melhorando e sobrou mais tempo para ele escrever.

Foram grandes as dificuldades; mas mesmo assim, por meio de muito esforço, Machado conseguiu superar os desafios e se tornar um escritor talentoso e respeitado.

Em 12 de novembro de 1869, casou-se com a portuguesa Carolina Novaes, com quem teve um casamento feliz e harmonioso durante os 35 anos em que ficaram juntos. Não tiveram filhos. Em 29 de setembro de 1908, quatro anos após a morte de sua esposa, Machado de Assis faleceu na cidade do Rio de Janeiro.

Curiosidade

Nosso ilustre Machado de Assis tinha uma letra muito ruim, sabia? Uma historinha da vidaAssinatura de Machado de Assis dele ilustra isso pra gente: Num certo dia, quando Machado era jornalista do jornal Diário de Janeiro, os funcionários responsáveis por revisar (corrigir erros) os textos que ele escrevia simplesmente ameaçaram nunca mais trabalhar com Machado caso ele não se comprometesse a melhorar a grafia das palavras. Diante da ameaça, o dono do jornal, Quintino Bocaiúva, disse que só atenderia ao pedido dos revisores se eles lhe mostrassem a letra de Machado e ele não conseguisse decifrar o texto. Os revisores apresentaram, então, o papel escrito a Quintino. O resultado? Não só Quintino, mas nem mesmo o próprio Machado foi capaz de ler o que havia escrito! (Provavelmente o nosso amigo não usava caderno de caligrafia, né?)

Agora que você já conhece um pouquinho da vida pessoal de "Machado de Assis", que tal aprender sobre sua obra (o conjunto de livros e textos), importantíssima para a literatura brasileira? Então, leia tudo com muita atenção.

Os livros

Livros de Machado de AssisOs livros de Machado de Assis foram escritos há mais de cem anos; mas ainda hoje são considerados muito atuais, pois tratam de temas universais, como o preconceito, a loucura, a vida, a morte, o casamento, a família, as diferenças sociais...

É comum os estudiosos dividirem a obra de Machado de Assis em duas fases. Na primeira fase (chamada romântica), o amor e os relacionamentos amorosos são o tema principal de seus livros. Destacamos aí as seguintes obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).

Na segunda fase (intitulada realista), Machado de Assis abre espaço para as questões psicológicas dos personagens. É a fase "mais madura" de sua obra. Nos livros Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908), ele faz uma análise crua e profunda do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, qualidades e, principalmente, seus defeitos. Muitas vezes o autor analisa, de forma negativista (sem esperança, sem otimismo) os valores da sociedade e critica os valores românticos, como a religiosidade e o amor sem medidas.

A partir da publicação de seu primeiro livro, Contos Fluminenses, em 1870, escreveu 20 livros, variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo se destacado tanto no jornalismo quanto na literatura. A professora Josefa, amiga da Turma do Plenarinho, já leu vários livros de Machado e diz que o mais interessante em sua obra é que ele trabalhou muito bem a linguagem, fazendo grandes inovações de estilo, como o uso de frases curtas, de capítulos curtos e da "conversa com o leitor" – marca de seus textos. "Em suas histórias, ele descrevia muito bem o lado psicológico dos personagens e falava diretamente com os leitores. Coisa de gênio", elogia a professora.

Muitos dos livros de Machado são leitura obrigatória nas escolas de todo o Brasil. Os mais famosos são Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Mão e a Luva, Helena, Esaú e Jacó, Quincas Borba e Dom Casmurro. Não é uma leitura fácil; por isso, normalmente se começa a ler Machado de Assis no Ensino Médio. O estudo de suas obras costuma ser aprofundado nas faculdades de Letras.

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