Blog da Marlizinha

domingo, 19 de junho de 2011

Narrativa por imagem
Autor: Daniela Amaral Silva Freitas
Co-autor:Luiz Prazeres
Estrutura Curricular
Linguagem oral e escrita Práticas de leitura
Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura ,usos e formas
Falar e escutar
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
- Identificar os elementos organizacionais e estruturais de narrativas por imagem e a finalidade desse gênero textual.
- Estimular a imaginação e a percepção visual.
- Interpretar texto que utiliza apenas a linguagem não verbal.
- Reconhecer e produzir uma sequência narrativa, por meio de imagens, que tenha princípio, meio e fim.
- Antecipar assunto do texto com base em título, subtítulo, imagens.
- Estabelecer relações de continuidade temática.
Duração das atividades:3 aulas de 100 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O professor poderá verificar se os alunos conhecem: linguagem não verbal; o significado de alguns símbolos em nossa sociedade, como o de alguns sinais de trânsito, etc.
Estratégias e recursos da aula
A narrativa por imagem é um gênero textual que não possui enunciado verbal.
As histórias são apresentadas unicamente por imagens.
Cabe ao leitor construir pequenos relatos a partir das ilustrações, de acordo com sua fantasia, seu conhecimento e sua experiência de vida.
Nessas obras, as situações expressas nas gravuras têm estreita relação como cotidiano infantil.
Algumas dessas narrativas apresentam cenas isoladas, como “Ai que fome”, do livro Todo dia, de Eva Furnari, em que a ilustração de uma cozinha e de uma sala de jantar sugere que o leitor imagine situações sobre o que observa.
Outros livros expõem cenas encadeadas entre si que, em seu conjunto, formam uma pequena narrativa, como as que são mostradas nesta aula.
“Narrativas infantis”, de Luiza Vilma Pires Vale. Fonte: SARAIVA, J. A. (Org.) Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed, 2001. (Adaptado)
O professor pode mostrar a ilustração a seguir para os alunos e pedir que eles imaginem e narrem um episódio a partir dos elementos que observam:


Aula 1:
O professor pode, inicialmente, dialogar com os alunos, perguntar:
- Vocês conhecem alguma história que não tenha texto escrito?
- Vocês conhecem alguma história que seja feita apenas por imagens?
- Alguém já leu uma narrativa por imagem ou um livro de imagem?
- Como é esse tipo de texto? Será que todo mundo entende a mesma coisa do que viu?
Levá-los a pensar em como seria a leitura de uma narrativa assim.
Em seguida, o professor pode apresentar para a turma a narrativa por imagem “O menino e o presente”.
É importante que o professor não diga nada ao apresentar as ilustrações, deixe que cada criança imagine, ao seu modo o que será mostrado:











Disponível em: http://sitededicas.uol.com.br/csc2_p1.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
Em seguida, o professor deve pedir que três ou quatro alunos contem a história que leram para a turma.
Observar as diferenças nas narrações.
Geralmente, alguns alunos inventam nomes para as personagens, descrevem o tempo e o espaço da narrativa, os sentimentos das personagens, outros não se atentam muito aos detalhes, apenas focam as ações.
Muitas vezes, os alunos acrescentam ou omitem ações vividas pelas personagens.
Discutir com os alunos essas diferenças e mostrar que um texto permite várias leituras, mas que nem todas são válidas.
Algumas fogem ao que foi dito/mostrado, outras omitem elementos essenciais.
Mostrar que a narrativa por imagem tem uma abertura maior para diferentes leituras.
Em seguida, voltar à narrativa com os alunos:
- Observar o que pode ou não ser afirmado sobre o texto que leram.
- Discutir os elementos verbais presentes e o que eles significam: interjeição (“EPA!”); ponto de exclamação (surpresa); ponto de interrogação (dúvida).
- Identificar os sentimentos da personagem pela suas expressões fisionômicas.
- Identificar qual a função dos balões na história e o que eles significam.
Aula 2:
Apresentar as imagens da história fora de ordem e pedir que os alunos, em grupo, a coloquem na sequência em que acham que os fatos aconteceram.
Sugira que eles também criem um título para a narrativa.
Lembre a eles as funções do título: ele nomeia o texto após sua produção, sugere o sentido do mesmo, desperta o interesse do leitor para o tema, estabelece vínculos com informações textuais e extratextuais, e contribui para a orientação da conclusão à que o leitor deverá chegar.


















Acesso em 05 de abril de 2010.
Pedir que cada grupo, após organizar a sequência de imagens, conte a história, para os demais colegas.
Após a apresentação de todos, verificar se a narrativa que cada grupo produziu tem coerência.
Expor para os alunos que toda narrativa deve ter começo, meio e fim.
Problematizar aquelas narrativas que não apresentaram coerência e pedir que os alunos a reformulem.
Aula 3
Apresentar a fábula “O leão e o inseto” aos alunos e pedir que eles a transformem em uma narrativa por imagem.
O leão e o inseto
Um inseto se aproximou de um Leão e disse sussurrando em seu ouvido:
“Não tenho nenhum medo de você, nem acho você mais forte que eu.
Se você duvida disso, eu o desafio para uma luta, e assim, veremos quem será o vencedor.”
E voando rapidamente sobre o Leão, deu-lhe uma ferroada no nariz.
O Leão, tentando pegá-lo com as garras, apenas atingia a si mesmo, ficando assim bastante ferido.
Desse modo o Inseto venceu o Leão, e entoando o mais alto que podia uma canção que simbolizava sua vitória sobre o Rei dos animais, foi embora relatar seu feito para o mundo.
Mas, na ânsia de voar para longe e rapidamente espalhar a notícia, acabou preso numa teia de aranha.
Então se lamentou Dizendo: “Ai de mim, eu que sou capaz de vencer a maior das feras, fui vencido por uma simples Aranha.”
Autor: Esopo
Moral da História: O menor dos nossos inimigos é frequentemente o mais perigoso.
Disponível em: http://sitededicas.uol.com.br/o_leao_e_o_inseto.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
Antes de os alunos iniciarem a tarefa, retomar com eles alguns pontos centrais da fábula que deverão ser retratados (conversa entre o inseto e o leão; proposição do desafio pelo inseto; ferroada do inseto no nariz do leão; tentativa do leão pegar o inseto e consequências disso; inseto contando vantagem; inseto preso na teia da aranha) e planejar com eles o número de ilustrações e o que deverá conter em cada uma.
Conversar com os alunos sobre a diferença entre ilustrar uma história, prática comumente usada pelos professores de séries inicias (geralmente feita em apenas uma folha), e fazer uma história por narrativa (necessidade de imagens sequenciadas).
Deixar que os alunos sugiram como representar as ações do enredo e tentem realizar essas ilustrações.
É interessante que essa atividade seja realizada em grupo.
Cada aluno do grupo desenhando uma cena da narrativa.
Por exemplo, se a turma decidir que seja importante fazer seis ilustrações, cada grupo deverá ter seis alunos e cada um deve desenhar a parte que lhe cabe.
Recursos Complementares:
O professor que quiser aprofundar um pouco mais no tema narrativa por imagens e o papel das ilustrações nos livros infantis, pode ler os seguintes textos:
■“Imagem e narrativa no livro infantil contemporâneo” – Barbara Jane Necyk.
Disponível em: http://www.dad.puc-rio.br/nel/artigos/06-necyk-lars.pdf. Acesso em 05 de abril de 2010.
■“Diferentes graus de relação entre texto e imagem dentro de livros” – Ricardo Azevedo
Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/artnew02mfim.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
■“Imagens iluminando livros” – Ricardo Azevedo
Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/Artigo14Imagens.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
■“Pensando em ilustrações de livros” – Ricardo Azevedo
Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/Artigo16Pensando.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
■“Texto e imagem: diálogos e linguagens dentro do livro” – Ricardo Azevedo
Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/Artigo05.htm. Acesso em 05 de abril de 2010.
Avaliação:
O professor deve avaliar os alunos durante todo o processo de ensino e de aprendizagem e, caso perceba que eles não estão compreendendo a atividade, deve adaptá-la.
Entretanto, para uma avaliação mais pontual, o professor pode tomar a segunda e a terceira aula. Essas aulas funcionam como atividades avaliativas à medida que permitem que o professor perceba se os alunos conseguem reconhecer na narrativa por imagens uma história sequenciada, que apresenta inicio, meio e fim (Aula 2) e se conseguiram se apropriar desse gênero, produzindo eles mesmos uma sequência lógica de imagens (Aula 3).
Para isso o professor pode ficar atento às negociações que os alunos fazem nos grupos para organizar ou construir as imagens de uma determinada maneira ou de outra, quais argumentos apresentam para os colegas, qual a linha de raciocínio que desenvolvem para atribuir sentido à uma sequência de imagens.
É interessante que o professor, ao final da atividade, peça que os alunos avaliem a atividade como um todo e também se auto-avaliem.
O professor pode lançar mão de perguntas como:
O que vocês conseguiram aprender com essa atividade?
Você mudaria algo na apresentação que seu grupo fez?
O quê?
Tais processos permitem que o professor reflita sobre sua prática e que os alunos reflitam sobre o próprio desempenho e aprendam a identificar e a corrigir erros e equívocos.

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